Amarelinha


AMARELINHA

Outono marcador de páginas

Peixinhos grátis de feira

Fonte da juventude

As pedras ametistas que atraem boa sorte e poeira

O que eu faço com tudo isso?

 O que eu sinto por você agora?

Quem me dera te encontrar caminhando domingo de manhã

Tentando entender como pode essa estranha força da vida?

Quando eu morrer daqui a milhões de anos

Uma nova teoria sobre o meu desaparecimento

Recolhe a última folha de plátano

Da praça dos pombos com frio

No fundo tem esse vazio

Por um momento

Enfim eu te encontrei caminhando domingo de manhã


Curiosidades da letra: A melodia nasceu em minhas caminhadas solitárias domingo de manhã, bem cedo, voltando para casa depois das horas extras na fábrica onde eu trabalhava de madrugada. / Eu ganhei um peixinho grátis numa feira de animais quando era criança. É claro que morreu em poucos dias e isso me marcou bastante. / “O que eu faço com tudo isso?” se refere a uma pilha de cópias do meu primeiro livro impresso “Lia dos Anjos“.

Arte: A ilustração da Thaís  para esta canção me faz lembrar dos quadradinhos das amarelinhas que as crianças desenham no chão. E que assim deve ser a vida. Uma brincadeira. Ganhando ou “perdendo”. Lembro-me com carinho de que concordamos, ou não, que a menina que eu esperava encontrar caminhando domingo de manhã filosofando sem parar seria ela própria. 

Para viajar: A força da vida é o amor. / A fantasia de uma amarelinha na escadaria dá a impressão de que há muitas dimensões a serem exploradas muito além do plano que se vê. E essa é a longa estrada do eterno domingo matutino que trilhamos todos nós.

Curiosidades da animação: Logo no começo, embaixo das teclas de piano, é possível notar rostos. Tratam-se de meus antepassados em uma fotografia antiga. / Os cenários são telas de Monet e Van Gogh. / Usei um mapa da Itália para fazer referência novamente aos meus antepassados. Senti isso como homenagear todas histórias de amor que me levaram a existir tal como agora.