Amável mestre
Ela disse: tome cuidado, vicia depressa, eu vou te perder
Ela disse: eu tenho medo do que você fala, eu vou te perder
E eu disse coisas da vida, coisa sinistra, que o diabo falou
Era triste, mas era bonito
Fazia sentido
E o diabo mudou
Era um amável mestre, um amigo distante
Que abandona flores na porta
Tente compreender o que eu sinto agora
Minha mente expandiu tanto
Ao pó voltaremos
E ela disse: eu tenho medo do que você fala. Eu vou te perder
E eu disse que a rua é o espaço
pro tempo passar , pra ela viver
Eu nem disse, não tinha como, as coisas são loucas, doidas demais
Eu a amava, a vida é intensa
No fundo a alma da gente quer paz
Curiosidades da letra: Se refere a uma amiga de escola que me ajudou muito a passar por dias difíceis de muita angústia e baixa autoestima. Tenho guardado até hoje frases legais que trocávamos na sala de aula. Hoje percebo o quanto eu era impossível de lidar. E o quanto ela quis me ajudar. Meu primeiro livro é desta época. / Esta é a letra mais antiga do disco. E traz um humor ácido que não ocorre nas outras canções do Dunas de Algodão. / “As coisas tristes que o Diabo falou” seriam os pensamentos depressivos e também os assuntos ocultistas que eu estudava antes de conhecer o Zen.
Arte: Acho que a Thaís quis representar o Eu interior com esta gaivota com cara de pomba. Uma transmutação constante que acompanha o autoconhecimento.
Para viajar: Certa vez eu li do Osho que o Diabo era apenas a semente de Deus. Para mim significa que é preciso começar o autoconhecimento exatamente de onde você está. Se nas sombras, nas sombras. Sem mentir para si mesmo. Desse modo, a própria curtição desse estado melancólico levará à metamorfose natural da lagarta mental à borboleta do espírito. / Um amigo distante é uma forma de expressar o quanto podemos nos isolar do mundo. Isso também é o Diabo. Nada mais.
Curiosidades da animação: Imediatamente senti a necessidade de usar memes. Sabia que chamaria atenção e tiraria todo trabalho de representar o humor da canção de qualquer outra forma. Pra quê?