Mistérios

 

MISTÉRIOS

Quando ela fala meus olhos brilham eu não sou mais robô

Quando ela está aqui, por um momento, o mundo se iluminou

E não há disco voador que tenha energia de suas mãos. É um mistério.

No céu azul só a poesia que é lógica razão

Pensei ter visto um objeto só pra identificar

Voa mente pra lá, que aqui eu não consigo mais ficar

Voa mente pra lá, aqui eu não quero mais ficar. É um mistério.

Um robô prega peças na gente sempre com perfeição

Num mundo triste que ele criou sem o nosso coração

Ele tem medo de não ser (ninguém) e acaba acumulando tudo em vão

 

É um mistério. 

Curiosidades da letra: Existe uma versão de Mistérios no estilo rock. Decidimos redesenha-la para o Dunas de Algodão com melodias e arranjos completamente diferentes. Adequados na nova e lapidada forma musical do Leandro Zen. / O robô, como palavra e efeitos, foi inspirado no trabalho da banda eletrônica alemã Kraftwerk – “die roboter”. / Os efeitos sonoros desta versão são do robozinho Wall – E da Disney, som de internet discada e o desconfiante tlim tlim da urna eletrônica brasileira. / 

Arte: Despojamento do ego? Não sei o que a artista sentiu para retratar a canção assim. Não falamos deste trabalho. Na verdade não falamos da arte final de trabalho algum. Era para ter acontecido num café ou algo assim e não aconteceu. Toda a arte foi decidida e trabalhada on line. É um mistério. 

Para viajar: Esta canção é guia principal para minhas palestras de Cultura Zen. Um grande exercício Zen para nosso dia a dia é não dar nome às coisas. Não identificar nada. Pois, dando nome, achamos que sabemos o que as coisas são. Não sabemos! E logo a mente quer mais e mais coisas para dar nome. E cria uma série de possíveis galáxias habitadas por milhões de seres. E todos ganharão nomes! Tudo bem. Desde que se reconheça o estopim de toda essa criatividade. Uma mente inquieta que acumula e acumula arquivos feito um computador. O objetivo da meditação é reconhecer esse mecanismo robótico e assim, desassociar-se dele. A verdadeira liberdade. / É possível captar algo sobre reencarnação assistindo ao clip desta canção. 

Curiosidades da animação:  Esta tem uma curiosidade muito especial. Os letreiros. Tratam-se de um poema escrito pela Christel. Leio este poema desde os meus 7 anos. Em cada faze da minha vida fui tendo uma interpretação diferente dele. Até hoje passo lá no poema e converso com ele. Com certeza esse fato me inspirou muito para começar a escrever e meditar sobre essas coisas misteriosas da vida antes mesmo de aprender a tocar piano e cantar. Esse poema está impresso numa placa de mármore em uma sepultura da minha cidade natal. Cresci sem saber quem era o autor. Depois de alguns anos a família colocou uma foto. Era uma mulher jovem. Somente em 2020, enquanto apresentava o programa Cultura Zen na rádio da mesma cidade, é que conheci um ouvinte do programa,  o filho de Christel, que me contou toda sua história.  Hoje somos grandes amigos. E este vídeo é uma homenagem à ela.  E uma verdadeira reverência aos mistérios da vida.  / Decidi inserir algumas cenas de antigos vídeos caseiros nesta animação. Das primeiras tentativas de fazer clips para minhas músicas gravadas em casa e usando o mesmo programa de edição que usei nestas animações! Para os mais técnicos: trata-se do sony vegas. /A casa nas estrelas que aparece é a antiga casa da minha avó. Esta mesma casa também aparece no clip de Rua dos Bobos. Hoje em dia esta casa não mais existe. (segundo a linha do tempo convencional) / Na parte que fala do robô, os relógios, são do sino da igreja matriz de Carlos Barbosa, minha cidade natal. Filmamos, meu amigo e eu, em circunstâncias hilárias proibidas e inofensivas, há muitos anos atrás. / Nota-se um disco voador pilotado por Raul Seixas. É claro que meu professor de maluquice beleza não poderia faltar no grande trabalho da minha vida.